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Como está a educação mundial durante a pandemia?

 Por Carol Solis, Icaro Sartorato e Rafael Silva

Descoberto em 31 de dezembro de 2019, após serem registrados casos em território chinês, o sars-cov-2 é o vírus que causa a COVID-19, doença que gera infecções respiratórias e sistêmicas. Em 26 de fevereiro de 2020 confirmou-se a presença do vírus em território nacional, no estado de São Paulo.

No início de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou um cenário de pandemia, revelando que o número de contaminados havia aumentado 13 vezes e a quantidade de países afetados havia triplicado, tendo mais de 4 mil mortos no planeta.    

Diversos serviços e setores socioeconômicos foram afetados por esta pandemia, sendo a educação uma das áreas mais prejudicadas. Escolas do mundo todo tiveram suas aulas presenciais suspensas, sendo obrigadas a recorrerem para o ensino à distância. Professores e educadores adotaram alternativas excêntricas para reduzir o prejuízo educacional e preservar o direito das crianças e adolescentes à educação.

 

Imagem retirada de porvir.org

Algumas mudanças foram necessárias nas escolas por conta da pandemia e do distanciamento social. A falta de recursos, porém, preocupa. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), uma organização intergovernamental criada para promover a cooperação internacional, 9 em cada 10 estudantes de todo o mundo estão temporariamente fora escola. No Brasil, de acordo com o Inep, desde 16 de março de 2020, cerca de 48 milhões de estudantes deixaram de comparecer às atividades presenciais nas mais de 180 mil escolas de ensino básico espalhadas pelo país.

O Brasil é um país que trabalha com estratégias inspiradas na modalidade EaD (Educação a Distância), mas essas possuem limitações e não conseguem atender todas as crianças e jovens brasileiros da mesma forma. Segundo pesquisa do IBGE, somente 57% da população brasileira possui um computador ou outro aparelho em condições de executar softwares mais recentes. A Pesquisa TIC Domicílio, outro estudo realizado em 2018, aponta que mais de 30% dos lares no Brasil não possuem acesso à internet, sendo esta a ferramenta essencial para o ensino remoto.

A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura) estima que a pandemia da COVID-19 já impactou os estudos de mais de 1,5 bilhão de pessoas, em 188 países. Isso representa 91% do total de estudantes no mundo. No Brasil, esse número corresponde a 81,9% do total (cerca de 39 milhões de pessoas).

O Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, em parceria com a UNESCO do Brasil e com o Itaú Social, realizou uma pesquisa com mais de 14 mil professores de redes públicas e privadas do Brasil. O objetivo era verificar como estes profissionais estão lidando com o trabalho em um cenário totalmente diferente e quais suas expectativas para o período pós-pandemia. Os dados coletados foram:

·Em relação às atividades propostas, 33,4% dos professores indicam que a maioria dos alunos tem realizado, enquanto 22,3% perceberam que a minoria realiza;

· Em relação a possíveis transtornos de ansiedade e depressão dos seus alunos, 53,8% dos professores consideram que há um aumento, enquanto 34,7% não souberam informar;

· Em relação à situação pós-pandemia, 34,5% dos respondentes defendem que a reposição das aulas é necessária, enquanto 25,4% concordam com a prorrogação do ano letivo de 2020 até 2021.

Sem dúvidas, o cotidiano escolar após a pandemia não será o mesmo. Muitos professores acreditam que a continuidade do ensino à distância, com o presencial, seja uma possível mudança.