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Veja os grandes impactos da pandemia no comércio brasileiro

 Por João Paulo Jesus Santos, Miguel Rinaldi, Pedro Terra, Renan Bartholomeu e Vitória de Paula Rocha 

O início da pandemia do novo coronavírus trouxe muito prejuízo para o comércio brasileiro gerando uma crise econômica ainda maior que vivemos. No entanto, governadores e prefeitos decretaram a quarentena e o fechamento dos comércios no país todo, até gerando multas para quem não acatarem a ordem de fechamento ‘‘O pessoal aqui do circo no começo, achávamos que seria algo passageiro e rápido, e estão sendo momentos muito difíceis, pois dependemos unicamente da bilheteria’’ disse Luka Vilela de 18 anos, dono Babilônia Circus.


Fonte: TV Mais News

Mas alguns brasileiros não puderam parar por conta de seu sustento e foram contra as ordens do governo. São Paulo foi o estado que menos cumpriu o isolamento, o percentual (40%) é o mais baixo desde o dia 22 de março, quando foi decretada a quarentena pelo governador João Dória (PSDB)

Desde o início da quarentena, as autoridades de Saúde do estado consideraram o nível de 55% como patamar mínimo a ser atendido. O achatamento da curva se dava pela adesão da contenção para diminuir o contágio da doença.

O governo de São Paulo criou uma retomada econômica dívida em 5 fases, onde teve como embasamento a abertura gradual do comércio em regiões com a perspectiva de observar o avanço da doença no estado. A fase vermelha (1) era considerado como alerta máximo onde não era permitido a abertura de nenhum comércio que não fosse considerado essencial (supermercado, farmácia, hospitais, etc.) A fase laranja (2) era considerado ainda como alerta, mas com algumas liberações de acordo com a necessidade econômica como indústrias, GM's. A fase amarela (3) tinha uma flexibilização maior, com abertura parcial do comércio de forma presencial, com algumas restrições como ter a capacidade máxima de 30%  dentro de estabelecimentos, horários alternativos para funcionamento e sempre com a utilização do uso de máscara para diminuir a propagação do vírus. 

A fase verde (4) com afrouxamento maior das restrições e aumento da capacidade para entrada de espaços como restaurantes e shoppings centers. Horário aumentado em 2 horas, onde agora estabelecimentos podem ficar aberto por 12 horas seguindo as normas da vigilância sanitária. Com a novidade da abertura gradual de espaços culturais como cinema, teatros e museus. A fase azul (5) é o momento onde o contágio do vírus é abaixo de 1 e a flexibilização se torna por completo, onde não se tem mais restrições para utilização do espaço.

Entretanto, a última vez em que o estado registrou 55% de adesão ao isolamento social foi no dia 24 de maio. Considerando as últimas sextas-feiras, o índice vem caindo semanalmente: nos dias 14 e 21 de agosto, o percentual era de 42%, chegando a 41%.

Já estamos em outubro e a pandemia ainda não chegou ao seu ciclo final. O município de São Paulo está na fase verde de seu plano de reabertura e falta apenas uma fase para tudo voltar ao normal. 

Mas o impacto da pandemia no comércio brasileiro trouxe prejuízos para muitos assim como vamos ver a seguir. A Pesquisa Pulso Empresa, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), escutou 3,2 milhões de empresas em funcionamento na primeira quinzena de agosto, para descobrir os impactos da pandemia no comércio. A percepção de efeito negativo cresceu da segunda quinzena de julho para a primeira quinzena de agosto: de 37,5% para 38,6%.

A Amaraina Terra de 45 anos, que possui uma oficina mecânica, disse: ‘‘A pandemia nos afetou bastante, mesmo sendo uma oficina mecânica um serviço essencial. Então trabalhamos durante todo o período da quarentena por um horário reduzido, mas nos deu um grande impacto, a pandemia nos primeiros meses reduziu em média 50% do nosso movimento e consequentemente do faturamento e com isso afetou consideravelmente o planejamento estratégico da firma. ’’

A reabertura do comércio brasileiro foi feita de forma regionalizada, onde cada Estado decidia como iriam voltar esse processo de flexibilização, o cabeleireiro Sergio Mazeto de 51 anos disse: “Nossa clientela caiu torno de 60%, muitos não vêm com medo. Tenho que ir até à casa deles, pois muitos não querem ir até o cabeleireiro, os que vem tem muito receio de pegar o covid-19”. A primeira região a ter essa reabertura foi o Estado de Santa Catarina que em 11 de abril de 2020 o governador Carlos Moisés (PSL) informou que o comércio de rua estaria liberado, respeitando as ordens da vigilância sanitária. 

Hoje em dia as coisas já estão se “normalizando” na medida do possível. “Voltamos a dois meses, optamos por voltar no formato Drive-In e as vendas foram feitas através do WhatsApp, precisamos fazer uma modificação interna, antes tinham arquibancadas com cadeiras então desmontamos e colocamos marcações no chão, é possível colocar 32 veículos para cada espetáculo” disse Luka Vilela de 18 anos, dono do Babilônia Circus. Os horários de abertura do comércio já estão se estendendo. A média móvel de mortes por covid está em menos de 500 pessoas por dia no país.

O comportamento do consumidor pós abertura está diferente, a começar pelo tempo de permanência no shopping. Na pré-pandemia, eram 1h12 minutos em média e, hoje, cerca de 25 minutos. No entanto, segundo monitoramento realizado pela Abrasce semanalmente, o ticket médio após a reabertura está 48% mais alto do que o ano anterior. 

Em maio de 2020, foi de R$ 136,46 em comparação aos R$ 92,20 do mesmo período do ano passado – mesmo com capacidade limitada. Esses dados indicam uma visita com o objetivo específico de compra, demonstrando que o consumidor está sendo mais assertivo, reduzindo o tempo de permanência nos locais. 

O e-commerce (comércio digital) está em crescimento e já existem mais de 1,3 milhão de lojas online no Brasil. É o que diz a 6ª edição da pesquisa Perfil do E-Commerce Brasileiro, mostrando um esforço dos negócios de varejo para não deixar de vender durante a pandemia do novo coronavírus. A pesquisa foi feita pelo BigData Corp com a PayPal Brasil.

Mesmo com a decaída dos comércios físicos, os reajustes nos valores dos alimentos

Foram responsáveis pela alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto. “O governo do mesmo jeito que auxilia o povo com o auxílio emergencial tira do povo com o aumento dos alimentos, antes da pandemia eu pagava 15,00 em um saco de arroz e agora não consigo achar por menos que 25,00. Com isso tive que aumentar o valor do marmitex e de outros pratos da rotisserie” disse Valdir Blanquez 53 anos, dono da Divina Massa Rotisserie.  

O índice, divulgado no dia 9 de agosto, pelo IBGE, subiu 0,24% no mês e alcançou o maior preço para o período desde 2016. O pequeno sinal de aumento nos supermercados gera desconforto nos brasileiros que viveram a era da hiperinflação da década de 1980. Com isso, a inflação está quase controlada. Em relação a julho, o índice desacelerou e, no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação está em 2,44%, abaixo da meta definida para o ano. A diferença na sensação e nos dados se reflete pela cesta de produtos do IBGE, que, além dos alimentos, faz a mediana de outros setores como educação e habitação, que estão com menos pressão nos preços.

A vida de todos nós mudamos muito quase que do dia para a noite. As pessoas não estavam preparadas para a pandemia e o resultado está na cara de todos nós. “O aprendizado que levamos é de prevenir, guardar dinheiro e que a pandemia veio para mostrar que a gente não tem controle de nada na vida” disse o Celso Ferreira, dono do bar e restaurante Só na manha. Agora os empreendedores têm de se reinventar, apostar em delivery, vendas digitais e em outras formas inovadoras para vender.