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Quando a morte e falta de visibilidade são fatores marcantes do início de uma transformação.

 Por Lillian Magalhães

Elisa Maria, conhecido como baile de favela é cenário de esperança e transformação na zona norte de São Paulo.

Local marcado pela violência e homicídios hoje é cenário de cultura, esperança e de transformação na periferia da grande zona norte de São Paulo.

 Com o espaço Brasilândia Cultural são oferecidos cursos de inglês, música, educação social e ambiental e até atendimentos psicológicos. A iniciativa de abrir o local foi tomada por moradores do bairro que buscam a mudança da realidade do local, que sempre foi marcado pela criminalidade e constantes bailes funks, em uma das músicas famosas do ano de 2016 no mundo do funk, que obteve muita repercussão nomeada como “Eliza Maria baile de favela”.

Quando a tragédia motiva a transformação

Em 2006 houve uma chacina em uma praça, matando 6 jovens e deixando um paraplégico em uma das ruas próximas ao pastão, local que possuía esse nome devido o espaço que era vazio e cheio de mato. Atualmente é uma praça em homenagem aos 6 jovens que foram mortos na chacina e ao que ficou paraplégico.

A luta para preservar o espaço é desde a década de 70, pelos moradores da “Velha Guarda” como nomeia Fábio Lol Barbosa, um dos principais apoiadores dos movimentos do local, segundo ele, para que o pastão não fosse invadido os moradores zelavam pela preservação do local, como o sonho de que futuramente pudesse proporcionar momentos lazer e diversão aos moradores do bairro que sempre foram desfavorecidos de ambientes como esse.

Apenas em 2009, foi realizada a construção da praça, que aconteceu de forma privatizada com o apoio do instituto Sulamérica, que naquele ano investiu em 10 espaços em São Paulo abandonados como terrenos baldios e os transformou em praças

Praça sete jovens (Pastão) atualmente.

Foto de Cauan Alves.

Quando tudo parece estar sendo superado, uma nova chacina!

Em 2014 houve a segunda chacina onde 3 jovens inocentes novamente são vítimas da necropolítica, segundo os líderes dos projetos.

A praça hoje se mantém viva através das ações do samba do bowl e coletivo de moradores, continua sendo um lugar de vida que pulsa.

O início das atividades Culturais

As atividades culturais se iniciaram com Samba do Bowl em 2013, uma roda de samba criada na pista de skate da praça. O movimento se iniciou sem investimento algum e aos poucos foi tomando visibilidade e em 2019 foi lançada a Casa de Cultura, onde são realizadas as aulas de Inglês, música, educação social e ambiental e até atendimentos psicológicos.

 Plantação de árvores

Em 2015 Lol, e os principais moradores da região realizaram a plantação do Baobá Africano, e em 2017 o Pau-Brasil, ambos foram doados pelas verbas da PUC.

Com a realização da roda de samba a praça foi ganhando mais visibilidade, cuidados e significado para os jovens e moradores da região.

Com o cenário avassalador do ano de 2020, novos desafios

A quebrada sempre é a primeira a sofrer, a sentir na pele a dor da fome, das enfermidades e da falta de recursos. Pensando no cenário que foi agravado com a Covid19, foi necessário a entrega de kits de higienização e de mantimentos, para dar um suporte aqueles que mais precisam. No dia 16 de maio, foram atendidas mais de duzentas famílias, porta-porta,

Kits feitos pelas mãos da própria MasterChef Paola Carosella, que veio conhecer o local e ajudou nas entregas.

As rodas de samba que não puderam ser realizadas presencialmente, estão sendo realizadas em lajes e sendo transmitidas em lives, essa foi uma alternativa para o projeto não parar.

A praça como símbolo de transformação

 A praça 7 jovens é mais que uma praça de lazer, ela é cenário do desfecho de jovens que morreram de forma brutal e que inspiraram moradores para realizarem algo no local, para que outras vidas não fossem tiradas

 Conheça um pouco mais da Praça 7 jovens no Facebook do Samba do bowl original e das atividades realizadas na casa de cultura através do Facebook, Espaço Brasilândia Cultural.