Estima-se que em 2025 existam 75 milhões de crianças obesas no planeta
Por Carol Solis
A obesidade pode provocar diversos problemas de saúde como diabetes, hipertensão arterial, problemas cardíacos e a formação irregular do esqueleto. Além disso, o excesso de peso causa problemas estéticos que, muitas vezes, ocasiona situações de bullying entre crianças e adolescentes.
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Imagem por Getty Images
De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional (Sisvan), uma em cada três crianças brasileiras está acima do peso.
8% dos adolescentes sofrem de obesidade. Oito em cada dez adolescentes
continuam obesos na fase adulta. A preocupação com o assunto é tão grande que a
Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2025, existam 75 milhões de
crianças obesas no planeta. A quantidade de obesos cresceu mais de dez vezes.
De 11 milhões em 1975, passou para 124 milhões em 2016.
Além do consumo exagerado de alimentos gordurosos, a
falta de atividades físicas, problemas como ansiedade e depressão, fatores
hormonais e genéticos também contribuem para o ganho de peso fácil. O preparador
físico Marcio Atalla, embaixador da campanha contra a obesidade infantil do
Ministério da Saúde de 2019, explica: "Uma coisa
fundamental, principalmente na infância e no começo da adolescência, é que o
movimento seja incorporado de uma forma lúdica, de uma forma prazerosa, não
colocando a criança em uma atividade física forçada”.
A cirurgia bariátrica
também é uma solução para pessoas obesas. Esta cirurgia consiste na redução do
estômago, tendo por objetivo reduzir o peso de pessoas com IMC muito elevado. Porém,
a cirurgia bariátrica é indicada apenas para pacientes com IMC maior que 40,0
Kg/m2.
Na última década, o número
de adolescentes que buscaram pela cirurgia bariátrica aumentou. De acordo com
dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, 2.100
adolescentes passaram pelo procedimento, na rede privada, no ano de 2019 – um
aumento de quase 220% em comparação a 2008, quando a cirurgia em menores de 18
anos passou a ser permitida no país. No SUS, o número é menor. Segundo o
Ministério da Saúde, 502 jovens entre 16 e 18 anos realizaram o procedimento
nesse período.
Julia Duarte de Carvalho, estudante de 17 anos, se enquadra no grau I de obesidade. Ela conta que o excesso de peso afeta diretamente sua autoestima: “Nunca fui uma menina magra. Todos os referenciais de beleza que tive na minha vida foram de mulheres magras, e ter um corpo gordo – consequentemente fora do padrão – me induziu desde a infância a pensar que eu era alguém inferior”. Os pensamentos negativos sempre surgem. “Até hoje eu tenho uma insegurança profunda com tudo que envolve meu corpo, tento mudar ele constantemente de formas não saudáveis, e tenho dificuldades de aceitá-lo da forma que ele é”, Julia completa.
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Imagem por iStock
Neste momento delicado vivido pelo mundo, com o coronavírus, a
situação complica. A obesidade também é um dos principais fatores para o
agravamento da Covid-19. Um estudo publicado na revista especializada “European
Journal of Endocrinology” na quarta-feira (15/07) mostra que, mesmo os obesos
leves, com IMC mais próximo a 30,0 kg/m2, apresentam possibilidade
significativamente maior de insuficiência respiratória, internação e morte devido
à doença.
Para identificar se uma pessoa está obesa, basta
medir seu IMC (índice de massa corpórea). É um cálculo simples: divide-se seu
peso por sua altura elevada ao quadrado. Resultados entre 25,0 e 29,9 kg/m2
indicam o sobrepeso; entre 30,0 e 34,9 kg/m2 indicam a obesidade
grau I; entre 35,0 e 39,9 kg/m2 indicam a obesidade grau II; maior
do que 40,0 kg/m2 indicam a obesidade grau III.
No site do Governo do Brasil, existe uma campanha contra a obesidade infantil. Dentre as dicas dadas aos leitores, estão: a alimentação saudável, as atividades físicas e as brincadeiras que excluem televisão, videogames e celulares. É apresentado um Guia Alimentar para a população brasileira, em versão resumida, e para crianças de 0 a 2 anos. Ao lado, há uma lista de brincadeiras de rua interessantes para as crianças se divertirem.
Para
mais informações, basta acessar o link: http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/obesidadeinfantil/