“Vire á Pagina”, cartilha que auxilia mulheres a entenderem relacionamentos abusivos e como se livrar deles
No mês que comemora o Dia Internacional da Mulher, se torna ainda mais necessário falar sobre a violência contra a mulher. Em matéria já postada no Diário foi divulgado que o feminicídio aumentou 22% em 12 estados brasileiros durante a pandemia. E pensando em como diminuir mais uma estatística horrenda relacionada as dificuldades de ser mulher no Brasil, a matéria de hoje traz a cartilha elaborada pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul Vire a Página, que fala desde os tipos de violência doméstica e familiar a serviços da Rede de Atendimento, para apoio, orientação e acesso aos direitos.
Muitos casos nem chegam a ser denunciados pois a vítima
sequer se enxerga como vítima, acredita que o comportamento violento do
parceiro é aceitável e em alguns casos até que a agressão é culpa dela.
Aprender a perceber o comportamento tóxico do parceiro e como lidar com isso é
também um dos temas da cartilha, que oferece um “teste” com algumas situações
que exemplificam riscos que podem ser ignorados por uma mulher que já
normalizou a violência na relação.
Se engana também quem pensa que o único tipo de violência contra a mulher é a física. Existem diversos comportamentos que configuram a violência contra a mulher e em raros casos uma relação abusiva tem agressões físicas logo no início. Dentre os tipos de agressão está: a agressão psicológica em que homem humilha, chantageia ou ameaça a mulher; a agressão virtual em que o homem invade o celular e/ou compartilha cenas de nudez ou sexo da mulher sem autorização; agressão patrimonial como rasgar roupas, quebrar o celular, controlar o salário, dentre várias outras formas.
Além da coragem necessária para fazer a denúncia em casos de
agressão, é preciso saber que existem portais específicos para acolher mulheres
nessa situação. “A Lei Maria da Penha afirma que o Poder Público deve
desenvolver políticas que garantam condições para que as mulheres possam
superar a situação de violência doméstica e familiar”, menciona a cartilha. E
para casos de emergência existe em São Paulo também a Casa da Mulher
Brasileira, um centro de atendimento humanizado e
especializado no atendimento à mulher em
situação de violência doméstica que funciona 24 horas e está localizado no
bairro do Cambuci, Centro.
“Por fim, é
fundamental apoiar as mulheres diante de situações de violência, escutando-as,
respeitando
as suas dificuldades, incentivando-as a não permanecerem sozinhas e a buscarem
ajuda na rede de atendimento às mulheres.”
(Cartilha Vire a Página, pág. 19.)
Se você conhece alguma mulher que se encontra nessa situação
não hesite em oferecer apoio e ajuda, você pode estar literalmente salvando a
vida dela.