Veja como está a situação do lixo reciclável na Pandemia
O novo
normal, como é caracterizado a vida durante a pandemia causou uma queda nos
resíduos de rua, por outro lado, trouxe um aumento dos resíduos domésticos,
chegando a crescer 7% em relação ao ano anterior, desde o mês de março, quando
a pandemia começou.
Fonte: Freepik
Segundo a
ABRELPE (Associação Brasileira De Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais), devido ao isolamento social a geração de resíduos domiciliares
aumentou em uma porcentagem de 10%, afirmando também que esse número pode
chegar a 25%.
O aumento
das compras “online” gerou o crescimento 35% na taxa de reciclagem no Brasil.
Matérias como plástico e papelão tiveram o aumento de 28%, números que
influenciaram no crescimento de resíduos recicláveis.
Embora a
coleta seletiva de reciclagem tenha sido suspensa no início da quarentena, em
março, para conter o avanço do vírus, em julho a AMLURB (Autoridade Municipal
de limpeza urbana) registrou um aumento 35% no número de lixo reciclado, em
comparação com o mesmo mês do ano passado em São Paulo. De acordo com Vereador
Gilberto Natalini, para que essa taxa continue crescendo é necessária educação
ambiental e consciência por parte dos consumidores. “Não sei se vai continuar assim, mas tudo depende da consciência e da
educação ambiental que é feita pela prefeitura. As empresas de coleta de lixo
têm uma porcentagem de dinheiro que não é pequena, mas praticamente fazem muito
pouco, não cumprem suas obrigações com os paulistanos. ”
Em nota a
AMLURB declarou que os serviços de coleta seletiva na capital paulistana não
pararam com a pandemia. Em conversa com trabalhadores da área de recicláveis,
donos de um ferro-velho chamado Ferro Velho Bom Sucesso, localizado no Jardim
Carombé, Brasilândia, zona norte do estado de São Paulo, nos contaram sobre
como ficou a situação do local na pandemia. “Mesmo com a pandemia continuamos, não 100%, por não ter essa
possibilidade, mas assim como várias empresas que continuaram. Porém, o nosso
trabalho é o último que se afeta, pois, a reciclagem é importante, além de ser
uma renda para as pessoas que começaram a pegar os materiais recicláveis na rua
para sustentar as suas famílias, temos medo de pegar a doença, medo de ficar
sem trabalhar, pois, muitos moradores de rua vêm aqui, apesar de não ser apenas
eles que trabalham conosco, quando eles vêm aqui já trazem as reciclagens
limpas, separadas, não temos muito contato com eles, é tudo muito rápido, mas
eles dependem disso, imagine ter que fechar isso aqui, o que iria acontecer com
o esse material?” Ressaltou André Luís, um dos proprietários do
estabelecimento.
O
parlamentar Natalini também ressaltou que neste período de pandemia, nenhum
projeto foi criado para auxiliar os catadores de recicláveis, “Nós tentamos fazer com que a prefeitura
tomasse algumas medidas sociais, inclusive fizemos legislações, como, por
exemplo, para criar frentes de trabalho, contudo não conseguimos. Entretanto,
fizemos a prefeitura realizar uma distribuição de cestas básicas, não apenas
para os catadores, mas também para toda a população. Referente aos catadores,
desconheço qualquer outro tipo de ação que fosse do âmbito municipal durante a pandemia.
”
Foto: Gilberto Natalini
Esse
problema afetou o catador Antônio Lávaro, de 63 anos, morador de Santana, “Por enquanto não recebi nenhuma ajuda
específica do governo por trabalhar com isso, eu só recebo o auxílio. ” Antônio ainda afirma que a pandemia mudou a
rotina de trabalho, pois agora os cuidados estão mais rígidos.