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Veja como está a situação do lixo reciclável na Pandemia

 Por Leticia Araujo e Nicolas Ferreira

O novo normal, como é caracterizado a vida durante a pandemia causou uma queda nos resíduos de rua, por outro lado, trouxe um aumento dos resíduos domésticos, chegando a crescer 7% em relação ao ano anterior, desde o mês de março, quando a pandemia começou.


Fonte: Freepik

Segundo a ABRELPE (Associação Brasileira De Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), devido ao isolamento social a geração de resíduos domiciliares aumentou em uma porcentagem de 10%, afirmando também que esse número pode chegar a 25%.

O aumento das compras “online” gerou o crescimento 35% na taxa de reciclagem no Brasil. Matérias como plástico e papelão tiveram o aumento de 28%, números que influenciaram no crescimento de resíduos recicláveis.

Embora a coleta seletiva de reciclagem tenha sido suspensa no início da quarentena, em março, para conter o avanço do vírus, em julho a AMLURB (Autoridade Municipal de limpeza urbana) registrou um aumento 35% no número de lixo reciclado, em comparação com o mesmo mês do ano passado em São Paulo. De acordo com Vereador Gilberto Natalini, para que essa taxa continue crescendo é necessária educação ambiental e consciência por parte dos consumidores. “Não sei se vai continuar assim, mas tudo depende da consciência e da educação ambiental que é feita pela prefeitura. As empresas de coleta de lixo têm uma porcentagem de dinheiro que não é pequena, mas praticamente fazem muito pouco, não cumprem suas obrigações com os paulistanos. ”

Em nota a AMLURB declarou que os serviços de coleta seletiva na capital paulistana não pararam com a pandemia. Em conversa com trabalhadores da área de recicláveis, donos de um ferro-velho chamado Ferro Velho Bom Sucesso, localizado no Jardim Carombé, Brasilândia, zona norte do estado de São Paulo, nos contaram sobre como ficou a situação do local na pandemia. “Mesmo com a pandemia continuamos, não 100%, por não ter essa possibilidade, mas assim como várias empresas que continuaram. Porém, o nosso trabalho é o último que se afeta, pois, a reciclagem é importante, além de ser uma renda para as pessoas que começaram a pegar os materiais recicláveis na rua para sustentar as suas famílias, temos medo de pegar a doença, medo de ficar sem trabalhar, pois, muitos moradores de rua vêm aqui, apesar de não ser apenas eles que trabalham conosco, quando eles vêm aqui já trazem as reciclagens limpas, separadas, não temos muito contato com eles, é tudo muito rápido, mas eles dependem disso, imagine ter que fechar isso aqui, o que iria acontecer com o esse material?” Ressaltou André Luís, um dos proprietários do estabelecimento.

O parlamentar Natalini também ressaltou que neste período de pandemia, nenhum projeto foi criado para auxiliar os catadores de recicláveis, “Nós tentamos fazer com que a prefeitura tomasse algumas medidas sociais, inclusive fizemos legislações, como, por exemplo, para criar frentes de trabalho, contudo não conseguimos. Entretanto, fizemos a prefeitura realizar uma distribuição de cestas básicas, não apenas para os catadores, mas também para toda a população. Referente aos catadores, desconheço qualquer outro tipo de ação que fosse do âmbito municipal durante a pandemia. ”


Foto: Gilberto Natalini 

Esse problema afetou o catador Antônio Lávaro, de 63 anos, morador de Santana, “Por enquanto não recebi nenhuma ajuda específica do governo por trabalhar com isso, eu só recebo o auxílio. ”  Antônio ainda afirma que a pandemia mudou a rotina de trabalho, pois agora os cuidados estão mais rígidos.