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Entenda o projeto de lei que pretende aumentar impostos de livros

Por Larissa Godencio  

 Muito têm-se falado nas últimas semanas sobre o projeto de lei que pretende aumentar a taxação sobre livros, que levantou ondas de protestos e debates nas redes sociais; porém pouco foi dito sobre o que está por trás desse aumento, que envolv um dos setores culturais mais importantes do país e os projetos neoliberais do governo federal.

 O imposto está diretamente ligado à reforma tributária. Tradicionalmente o setor de livros não paga impostos e é protegido de cobranças pela Constituição; mas caso a primeira parte da atual reforma tributária seja aprovada, haverá a unificação da cobrança PIS/Pasep e do Cofins em um novo imposto chamado Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), que anularia essa proteção e acrescentaria uma taxa de 12% sobre a venda de livros, que seria repassada diretamente para o preço de livros. 

O ministro Paulo Guedes encabeça as nova reforma tributária que afeta o setor de livros  

Foto: UOL

 Esta mudança vem em um péssimo momento para vendedores e editoras, que muito antes da pandemia já enfrentavam uma crise – em 2018 a Cultura e Saraiva, duas das maiores livrarias do país, pediram recuperação judicial, uma perda imensa para todo o setor. Além disso, segundo pessoas do mercado editorial ouvidos pelo G1, as livrarias tiveram queda de 70% nas vendas durante os meses que estiveram fechadas, e o aumento de vendas online foi mínimo.

"As instituições ligadas ao livro estão plenamente conscientes da necessidade da reforma e simplificação tributárias no Brasil. Mas não será com a elevação do preço dos livros – inevitável diante da tributação inexistente até hoje – que se resolverá a questão", comentou a Câmara Brasileira do Livro, o Sindicato Nacional dos Editores de Livro e a Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares em um texto conjunto. 

Várias editoras e entidaddes fizeram campanha online contra o aumento de livro.

Imagem de: Faro Editorial

 Em defesa de sua proposta, o ministro da economia Paulo Guedes argumentou que livros são consumidos principalmente pela elite financeira do país e que por isso deveria ser taxado. Segundo ele, não deve haver concessão de benefícios a ninguém na nova reforma tributária. Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) já foi criada para manter a isenção de editoras.

Enquanto isso a última e mais afetada camada dessa transição, os consumidores, observam a situação aflitos. Isabella Cavalcanti, que acompanhou a situação pela internet, comenta que não aprova a mudança e que ele só irá elitizar ainda mais o setor. “Com esse aumento, eu teria de diminuir a quantidade de livros que costumo comprar ou procurar uma nova forma de adquiri-los, e muitas pessoas ficariam incentivadas a fazer o mesmo" comenta a universitária.