Anúncio

Recentes:

Comprimido contra covid: o que se sabe sobre o medicamento até o momento?

Por Livia Hanada

 

A farmacêutica Merck, Sharp and Dohme (MSD) anunciou no início de outubro que seu novo remédio experimental, o primeiro em formato de comprimido — Molnupiravir —, reduziu pela metade as hospitalizações e mortes em pessoas no início da infecção com o coronavírus. 

Foto: Merck

Veja, abaixo, o que se sabe sobre o remédio:

 

1. Como o remédio age?

 

O comprimido tem como alvo uma enzima que o vírus usa para fazer cópias de si mesmo, introduzindo erros em seu código genético. Esta ação pode impedir que ele se multiplique, mantendo os níveis do vírus mais baixos e reduzindo os sintomas da doença. 

 

2. Em que momento deve ser tomado?

 

O que se sabe até o momento é que, nos testes, os pacientes que receberam o Molnupiravir até 5 dias após os sintomas da covid, tiveram metade da taxa de hospitalização e mortes em relação aos que receberam o placebo.

 

3. Quais são os resultados até agora?

 

Ensaios clínicos anteriores de Molnupiravir acompanhou 775 adultos com covid leve a moderada e que foram considerados de maior risco para desenvolver um quadro grave em razão de problemas de saúde, ou por terem mais de 60 anos já que, o medicamento não mostrou eficácia em pacientes que já estavam em estado grave.

 

Entre os pacientes que receberam o Molnupiravir, 7,3% foram hospitalizados ou morreram até os 29 dias dos testes. Depois desse período, 8 pessoas morreram, de acordo com a Merck.

 

A empresa planejava inscrever mais de 1,5 mil pacientes nos testes, mas, por recomendação de um Comitê de Monitoramento de Dados e em consulta com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, o recrutamento para o estudo foi cancelado devido aos resultados positivos dos testes.

 

 “Com base nos participantes com dados de sequenciamento viral disponíveis (aproximadamente 40% dos participantes), molnupiravir demonstrou eficácia consistente nas variantes virais Gama, Delta e MU” disse a MDS.

 

4. Há efeitos colaterais?

 

Não foram especificados os efeitos colaterais, mas existiram em ambos os grupos de estudo. Durante os testes foi descoberto que os efeitos foram ligeiramente mais comuns no grupo que recebeu o comprimido inativo (e não o do remédio).

 

5. Ele já foi liberado para uso?

 

O medicamento ainda está sendo avaliado pelas agências regulatórias dos Estados Unidos e da União Europeia. O Reino Unido concedeu autorização condicional de uso para o comprimido.

 

Várias outras empresas, incluindo Pfizer e Roche, estão estudando medicamentos que podem apresentar resultados nas próximas semanas e meses.

 

6. Qual a capacidade de produção da empresa? 

 

A farmacêutica disse que pode produzir 10 milhões de doses até o final do ano e tem contratos com governos em todo mundo. 

 

O governo dos Estados Unidos se comprometeu a comprar 1,7 milhão de doses do medicamento caso seja autorizado pela FDA.