Falcão e Soldado Invernal, a série que apresenta o novo líder dos Vingadores
Por Isabella Bandeira
A série Falcão e Soldado Invernal mostra como está a vida de Sam Wilson (Anthony Mackie) e Bucky Barnes (Sebastian Stan), após todos os acontecimentos em Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato, quando Steve Rogers (Chris Evans) se aposentou e passou à frente seu legado, o escudo de vibranium, para outro super-herói o Falcão, que é o Sam.
Falcão e Soldado Invernal se passa no mundo atual mostrando as dificuldades enfrentadas dos dois personagens, Sam com problemas financeiros na família, e Bucky se adaptando à modernidade e à sociedade como cidadão, deixando de lado o super soldado. Além de compartilharem a perda de um amigo querido, Steve Rogers.
“Desde o início, a meta era ser bem pé no chão. (Vingadores) Ultimato foi a batalha dos titãs em um universo que era de um lugar estelar. Então o desafio era trazer tudo isso para um personagem mais assimilável, mais pé no chão, para que o lado super fosse integrado ao personagem, mas também fosse integrado a um mundo muito real”, explica a produtora e diretora, Kari Skogland.
A história do seriado não se fixa em um único país, altera entre diversos lugares, entre eles Estados Unidos da América, Madripoor (país fictício do universo Marvel nos quadrinhos), Líbia, Suíça, Tunísia, Alemanha e Eslováquia, um verdadeiro tour pelo planeta Terra.
Inicialmente os dois super-heróis estão separados lidando com seus problemas pessoais, até que um grupo terrorista, que se intitulam Os Apátridas (sem pátria), começam a causar problemas, roubando carregamentos de vacinas e estoques de alimento, por exemplo. Eles lutam para ter um mundo unificado e sem fronteiras, como afirmam ter sido depois do “Blip”, estalo do Thanos que acabou com metade da vida no universo. Para conseguir lutar melhor pelo mundo, os Apátridas tomam o soro de super soldado, o mesmo que criou o Capitão América e o Soldado Invernal lá em Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), tornando-os quase imbatíveis.
Quando o Falcão e o Soldado Invernal, Sam e Bucky respectivamente, vão combater os terroristas enfrentam muita dificuldade por estarem trabalhando sem suporte (por atuarem principalmente na Europa) e terem de conciliar com os deveres de suas vidas pessoais. Ao mesmo tempo, eles não são os únicos a caçarem os terroristas, o mais novo intitulado Capitão América do John Walker (Wyatt Russel), na posse do escudo, junto de seu parceiro e amigo Lemar Hoskins (Clé Bennet), com o aval do governo do EUA, estão na busca dos mesmos super soldados.
Quando as duas duplas se encontram em uma batalha contra os Apátridas, a missão não ocorre como planejado, aumentando a tensão, além de trazer à tona um tópico sensível: Steve havia dado o escudo para o Sam, uma grande responsabilidade, e ele havia entregado para ser exposto no museu, ou seja, ele não cumpriu um dos últimos desejos de Steve.
“Achei que seria desonesto com os fãs e desonesto, em um nível humano, se tivéssemos esse homem negro aceitando esse símbolo sem ter nenhuma ambivalência sobre isso. E sabíamos que isso seria crucial para o fardo do Sam.” comenta Malcom Spellman, criador, autor e produtor da série.“Como um homem negro nos Estados Unidos, vestir as estrelas e listras com orgulho não seria uma coisa que o Sam Wilson faria de cara. A noção de explorar negritude na américa era a hipótese da série, e a noção de legado é o que o Sam e o Bucky exploram na série”, explica Nate Moore, co-produtor da série.
A produção da série também contou com uma participação especial das Dora Milaje, a guarda real do Rei T’Challa (Chadwick Boseman), o Pantera Negra. Essa aparição se deu muito naturalmente na história por conta do tempo que Bucky passou se recuperando em Wakanda, muito importante em seu arco, e pela vingança que buscam para a morte do antigo Rei T’Chaka (John Kani), morto no filme Capitão América: Guerra civil. “Foi, na minha opinião, uma decisão fácil, incluir os wakandanos. Florence Kasumba (atriz que interpreta Ayo, a segunda Dora Milaje na cadeia de comando) é uma força da natureza”, diz Zoie Nagelhout, uma das produtoras do seriado.
O Barão Zemo (Daniel Bruhl), é mais uma figura que faz parte da série e do arco dos protagonistas. Sua primeira aparição foi em Capitão América: Guerra Civil, em que ele consegue separar os Vingadores. Ele é chamado para ajudar a dupla contra os terroristas, isso se dá por terem um propósito em comum, impedir a criação de mais super soldados.
Ao passo que Walker entra de cabeça nesse mundo, ele se sente em desvantagem lutando com pessoas super habilidosas sendo apenas um soldado normal, até que surge a oportunidade de se injetar o soro e ele o faz, se tornando o Agente Americano. Isso só agrava o que já vinha acontecendo, perdendo a linha, a fama subindo à cabeça e não honra o escudo do Capitão América. É possível notar isso pelo enquadramento das cenas, rente ao rosto. “Acho que ela viu isso como dois caras tentando achar seu caminho e a coisa que se destacou para mim era essa nova maneira de filmar, onde ela captura os pensamentos dos personagens. Achei isso muito interessante.”, comenta o ator Sebastian Stan.
No decorrer da história Sam e Bucky se auxiliam nos problemas pessoais com conselhos e suporte. Sam com o peso do que é ser um homem negro usando o escudo, com listras e estrelas e Bucky se perdoando e superando seu passado.
“A busca de identidade do Sam é sobre o futuro dele, e a do Bucky é sobre o passado dele. E para o Bucky o que não queremos fazer é abandonar dez anos de narrativa. Era importante abordar esses dez anos de narrativa e permitir que o Bucky processasse os eventos da vida dele de uma forma que não teve tempo de fazer nos dois arcos narrativos em que ele participou no passado.”, comenta Zoie Nagelhout, produtora co-executiva.

