Anúncio

Recentes:

Onde estão as mulheres do Oscar?

Por Carol Solis e Larissa Godêncio

Em 2020 o Oscar completou sua 92º edição sob fortes críticas - e um pedido por mais diversidade. Um dos tópicos mais discutidos foi a ausência de mulheres indicadas à Melhor Direção, um fator que se repete há anos. Mesmo em quase um século de história, até hoje a Academia indicou apenas cinco mulheres nesta categoria - e somente uma, Kathryn Bigelow, conquistou a estatueta em 2010 pelo filme Guerra ao Terror.

O problema reflete uma atitude de toda a comunidade artística, acostumada a dar menos oportunidades a, diretoras, assim como menores orçamentos e pouca divulgação - de acordo com a USC Annenberg Inclusion Initiative, em 2019 mulheres dirigiram apenas 11% dos melhores filmes do ano, um número baixo, mas que ainda está maior que a média de outros anos. A Academia, nesse caso, também erra quando ignora o trabalho de muitas artistas para valorizar diretores com mais renome. 


Mas isso não significa que mulheres deixem de criar conteúdos e lutar contra o sistema, construindo sua própria marca. Abaixo, você conhecerá 8 diretoras que fizeram trabalhos esplêndidos, e por eles, poderiam ter sido indicadas ao Oscar.

·                   Dee Rees

Dee Rees é uma cineasta e roteirista estadunidense. Seus trabalhos mais aclamados são: Pariah, Bessie, e o longa-metragem da Netflix, Mudbound, que lhe renderam inúmeras indicações a prêmios renomados, como o Critic’s Choice Awards e o Emmy Awards – ignorada pelo Oscar, porém. Dee vem trabalhando em filmes que retratam questões dos negros desde 2005. Para seu primeiro filme, convocou apenas mulheres para trabalhar na equipe. Carey Mulligan, atriz que trabalhou em Mudbound, disse: “Se Dee fosse um homem branco, ela iria dirigir o próximo Star Wars. Ela seria indicada para o Oscar”.

·                   Lorene Scafaria 

Lorene Scafaria é uma diretora e roteirista americana. Ela é conhecida por seu trabalho nos filmes: Nick & Norah – Uma Noite de Amor e Música, Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo, e As Golpistas, de 2019. As Golpistas é baseado numa história real, possui um roteiro muito interessante e dinâmico que apresenta a versatilidade das atrizes. Jennifer Lopez foi indicada em diversas premiações por sua atuação elogiada, e Lorene foi indicada a Melhor Direção pelo Prêmio Independent Spirit, mas totalmente ignorada por outras premiações.

·                   Patty Jenkins

Patty Jenkins é uma diretora e roteirista americana. Conhecida por dirigir os filmes: Mulher-Maravilha, de 2017, a sequência, prevista para estrear nos cinemas em outubro deste ano, e Monster – Desejo Assassino, que rendeu as vitórias na categoria de Melhor Atriz para Charlize Theron no Oscar e Globo de Ouro. A direção de Patty, entretanto, foi ignorada pelas premiações.

·                   Anna Muylaert

Anna Muylaert é uma cineasta, diretora de televisão e roteirista brasileira. Participou das equipes de criação dos programas Mundo da Lua (1991), Castelo Rá-tim-bum (1995), da TV Cultura. Seus filmes mais conhecidos são: Que Horas Ela Volta, premiado no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, e no Festival de Berlim, na Alemanha, e Mãe Só Há Uma, vencedor do prêmio de melhor filme pelo júri de leitores da revista alemã Männer. Que Horas Ela Volta foi o filme escolhido pelo Brasil para tentar uma indicação de melhor filme estrangeiro no Oscar de 2016, mas tanto o longa-metragem, como a diretora, ficaram de fora da disputa.

·                   Greta Gerwig

A diretora ganhou atenção nos últimos anos com seus filmes: Ladybird: A hora de voar, e Adoráveis Mulheres, que retratam com sensibilidade os dilemas da juventude, amadurecimento e os conflitos para encontrar seu lugar no mundo. Ambos foram extremamente aclamados pela crítica e indicados em várias categorias do Oscar, inclusive Melhor Filme, mas seu nome passou em branco na categoria de Melhor Direção.

·                   Ava Duvernay

 Conhecida por seu forte ativismo e por expor as marcas do racismo em suas obras, Ava já teve seu filme Selma: Uma luta pela liberdade indicado na categoria principal, Melhor Filme, e A 13º Emenda na categoria de Melhor Documentário, mas foi ignorada na categoria de direção.

·                   Sofia Coppola

A diretora possui um estilo único, que nada na solidão humana e suas angústias em um mundo cada vez mais capitalista. Esse mesmo estilo rendeu aos seus filmes um respeito entre críticos e indicações ao Oscar, inclusive como Melhor Diretora, mas ela nunca ganhou nessa categoria.

·                   Lulu Wang

Apesar de ser um nome novo no cinema, a diretora chamou atenção com o longa A Despedida, lançado ano passado, que fala sobre imigração e a força de laços familiares. A obra foi muito elogiada e recebeu prêmios importantes, como um Globo de Ouro pela atuação de Awkwafina e a principal categoria do Spirit Awards, conhecido como o Oscar das Produções Independentes - mas passou totalmente batido pela Academia e Lulu ficou de fora da corrida.