Pandemia também afeta a educação de jovens e adultos (EJA)
Por Samara Florêncio
Em São Paulo os estudantes do programa EJA são um dos grupos mais prejudicados com a chegada do Covid-19, devido à ausência de materiais didáticos.
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Foto do site Seduc-SPA |
Enquanto o ensino fundamental I e
II são responsabilidade da prefeitura de São Paulo, o Estado é responsável pelo
EJA do ensino médio. Esta modalidade tem sido deixada de lado há muito tempo,
como explicou a professora Sandra Gomes da Silva, funcionária da rede estadual
de ensino, pela Escola Zenaide Vilalva de Araújo, localizada em Pirituba, zona
Noroeste da capital.
De acordo com a professora Sandra, que trabalhou com essa modalidade educacional por 10 anos (2009 a 2019), o estado não investe no programa na mesma proporção que no ensino regular, o que é notado pela desigualdade na distribuição de conteúdos impressos mesmo com a pandemia. "Nem nas aulas presenciais os estudantes tinham direito às apostilas, os professores arrumam apostilas e livros pra eles, mas os livros são destinados aos alunos que cursam ensino regular, com a Pandemia eles estão desamparados", explicou ela.
Este problema tornou-se ainda mais visível durante a quarentena, como nos explicou o aluno Rodrigo Gonçalves da Escola Estadual Clodomiro Carneiro na Freguesia do Ó. "Não recebi nenhum material antes ou durante a Pandemia, pois o EJA não dispõe desse recurso".
A Secretaria da Educação do Estado (Seduc-SP) criou o CMSP (centro de mídia do Estado de São Paulo), plataforma online que disponibiliza por meio de aplicativos aulas virtuais para alunos regulares e do EJA. Rodrigo Gonçalves é um dos usuários da ferramenta, mas ressalta a dificuldade de aprendizado virtual. Em nota a Seduc-SP disse que tentando amenizar este problema, a TV Educação e Tv Univesp têm exibido as aulas. Além disso, a Seduc- SP afirma estar preparando ações de reforço escolar a fim de recuperar o processo de ensino e aprendizagem.
Os órgãos educacionais de São Paulo
já ressaltaram que nenhum estudante será prejudicado com a atual crise, mas os
danos só serão numerados quando ela passar.